sábado, 17 de março de 2007

Pituba II

e naquela noite quente Antonio Vitor se sentou no cais, em frente ao Batida’s e parou a olhar o céu. Ali, onde tivera apenas que atravessar a rua pra se afastar da multidão e da badalação, tudo parecia calmo. Calmo como uma noite em Aratuba ou em Ponta de Areia, onde sem maiores esforços podia-se contar estrelas.
E foi em seu universo particular que ele começou a pensar. Não era muito inteligente, mas como filósofo e boêmio ele era professor. Pensou consigo mesmo, em tom de nostalgia, que uma vida de 60, 70 anos era muito pouco para amar tantas mulheres quanto ele era capaz e quanto seu coração agüentava. E pensava assim, pois praquele rapaz bonito e esperto, muitas mulheres sorriam. Mas pra Antonio Vitor não era suficiente estar com alguém por uma noite. O amor para ele era como um cigarro recém acendido, onde no começo é preciso aquele fogo, depois vem a maravilhosa sensação de está-lo tragando e consumindo, mas lá pro final, quando a brasa já lhe queima a boca, este já não agüenta mais e fica doido para o jogar fora.
Parou pra se perguntar uma pergunta muito sábia, mas que só os estudiosos de céu e de amores eram capazes de se perguntar. E somente para se perguntar mesmo, pois ele sabia que pra responder era preciso deixar essas coisas do coração de lado e se dedicar quase que exclusivamente em uma faculdade: ele notou, de tanto ver, que as estrelas cadentes só caiam em direção ao horizonte. E como ele já havia aprendido que a terra era redonda, ele sabia perfeitamente que as estrelas poderiam riscar o céu em qualquer sentido, mas ele só as via caindo em direção ao mar.
Até tentou mais uma vez se responder por que isso acontecia, mas não conseguiu.
Enquanto isso, em algum lugar de uma mesa um pouco longe da qual ele se encontrava antes de se refugiar no cais, se levanta uma menina pequena e morena. Cabelos bem lisos. Lisos e compridos. Uma saia, uma sandália e uma blusa roxa. Levantou-se e caminhou até o cais, porém a distância dele que antes ela detinha, estrategicamente foi mantida. E a menina então pode continuar observando-o sem que ele sequer notasse. Não que isso fosse novidade para ela, mas não vinha ao caso. Os olhares eram muito parecidos, porém ao tempo que uma estrela rasgava o céu e que Antonio Vitor renovava seus anseios por um verdadeiro amor, uma lágrima da menina lhe descia pelo rosto e por incrível que pareça, esse tipo de lágrima sempre caia no mar...

12 comentários:

Anônimo disse...

O texto é bom mas preferia não ter lido.

Anônimo disse...

nenem..enfim apareci aqui ne?so pra dizer q vc escreve mto mto bem!!assim cm todas as outras coisas q vc faz!!te amo

Anônimo disse...

nenem..enfim apareci aqui ne?so pra dizer q vc escreve mto mto bem!!assim cm todas as outras coisas q vc faz!!te amo

Chico Bento disse...

Bróder, tô gostando de ver as alterações do layout, deixaram seu blog "personalizado". Tá de parabéns, mas não só por isso, claro, mas também pelos textos muito bem redigidos.

E por falar nisso, o que dizer das estrelas cadentes, héin? Parece que a ciência não é capaz de descrever determinadas coisas que só se podem enxergar com um olhar mais, digamos, poético.

Anônimo disse...

Cerão,
botei em dia todos os textos. Vc ta cada vez melhor rei... to gostando mto da forma que vc ta escrevendo.
"Sozinho" foi emocionante, a do velinho na repartiçao foi bala tb, seu sarcasmo ta tinindo.
melhores sugestoes:
Para Ouvir :: Beach Boys - I Get Around

Para Ler :: Charles Bucowski - Crônicas de Um Louco
Para Ver :: Os Infiltrados (scorsese ainda é rei)

beijo!

Anônimo disse...

e ai?!?!
tem continuaçao nao?!?!

hehehe
mto bom cero!
curti mesmo! =p

bjus

Anônimo disse...

bonito esse final...
excelente essa colheirnha aí! caralho!
no melhor estilo cerão: rpz, eu não comento ontem não rapaz...
com qualquer porteiro? suceso! blz, depois eu passo lá.
xêro!

Anônimo disse...

As vezes soh de ler o seu blog tenho vontade de fazer um pra mim..
Mas nao creio q minha criatividade seja suficiente para tal..
ehuiehiuhe

Anônimo disse...

Asqueroso? De jeito nenhum. Machista? Também não. Mas o personagem sim, e ele provavelmente saiu de sua cabeça...

Chico Bento disse...

Botou o blog no ar de volta, mas não atualizou... Dá no mesmo.

Anônimo disse...

vou com chandra...
o texto ta muito bom, mas da uma agonia de ler...

Rafael Liou disse...

tempos que não passo aqui, cico... :)
mas curti o texto...mt mt bom!
abraço!