quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

A Casa Navio

"escreve..."
...os cabarés daquela época já não eram mais aqueles locais onde os maridos iam, a fim de dançar com polacas, tentar a sorte no pôquer, ou prosear sobre a sociedade, ao sabor de um scotch, ou uma cuba. Já nesses anos, os cabarés eram locais de prostituição explícita. O rufianismo vingava e enriquecia figurinhas carimbadas daquela sociedade emergente, a exemplo das donas das casas que se situavam a altura da Praça da Sé, de Nazaré e da Ladeira da Montanha. Maria da Vovó, fiscalizada habitualmente por milícias formadas desde militares até forças especiais, não era um local hospitaleiro. Já o Meia Três, ah sim... Seria impossível paraVitor não se sentir bem naquele local. Desembargadores, médicos e engenheiros, naquela penumbra avermelhada, se confundiam com os imberbes rapazes que iam observar e ter com as simpáticas moças daquele cabaré.
Não raro, em meio a um reboliço em volta de uma mesa, encontrava-se nada mais nada menos que Jorge Amado, que na década de 70 ja era conhecido internacionalmente pela sua prosa e romance. Ele estava por ali mesmo era juntando mais fatos para adubar a sua fértil mente que retratava aquela sociedade como ninguém.
Mas não era no Meia Três que Vitor e sua tchurma se encontravam na maioria das vezes não. A ida para o Centro era esporádica, ja que a Pituba os servia tão bem, com seus barzinhos e boates. Quantas vezes, na intenção de um papo e de uma batata frita, já não se depararam com showzinhos de Daniela Mercury ou então de Kid Abelha e os Aboboras Selvagens, no Canteiros?
Quando não estavam por aí, é porque haviam precisado passar na Casa Navio e estavam se recuperando. Morava na Casa Navio, uma casa de arquitetura moderna, em formato de navio, um dos maiores nomes da medicina local e nacional: Dr. Bureau era quem aplicava as injeções de penicilina nos garotões, que a certa altura já estavam acostumados até com as bem humoradas brincadeiras do urologista, que sempre se despedia deles dizendo que os aguardavam em suas velhices, para aquele tradicional exame... E foi assim que curtiu a juventude, os moradores daquele bairro doce como suco de mangaba. Doce como pe-de-moleque, doce como pituba, bafo, exalação, maresia...

4 comentários:

Anônimo disse...

Uau! Foi voce quem fez??!! =) Muito muito bom!!!
Sabia que Neruda tinha uma casa navio??
Escreve! Escreve! Escreve! =) Beijos!

Anônimo disse...

caramba!!!!
acho q vc deveria pensar seriamante em ser escritor.
Acabo de ler seus textos...e, sao M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O-S!!!
parabens!!!

cicero disse...

uau digo eu!

Brena. disse...

uau!!!! admirador [axo q mais pra admiradorA] secreto!!!


ói eu aki, porre!!!! [agora diga q eu so vou no blog de sapo]

e gostei mt desse texto, vc ta ficando muitoooo bom em cronicas!!! [q eh meu estilo literario preferido!!!]


mas oq eh maria da vovo e meia tres? bordeis?!?!?!?!


mt massa na sua humilde casa ontem!!!!

te adoro, porreeeeeeeeeeeeeeee!!! BEIJO!